No último fim de semana de 23-24 foi o Congresso da AIESEC Bangalore, o que para mim no Rio foi o Discovery Days. De gringos fomos eu, Claire (Alemanha), Mareike (Alemanha), Eric (China), Caetano e Mari (os brasileiros) e Dariela do México que chegou do aeroporto direto pro Cong. O Cong foi no Green Valley Resort, a uns 50 km de Bangalore. Não se empolguem, não tem nada a ver com o nosso conceito de Resort. Parece um lugar que já foi legal mas agora está abandonado, como muita coisa aqui na Índia. Chegando lá tava todo mundo super empolgado, fazendo mil rollcalls (gritos de guerra) e jives (dancinhas) da AIESEC, super integração. Depois dos discursos de abertura, jantar e afins, rolou a primeira festinha. Olha, me surpreendeu porque o povo bebe bem, BEM. Nos joguinhos pra beber a mulherada mandou ver. O pessoal era quase todo na faixa dos 20-22 anos e bem modernosos, se vestem totalmente ocidentais. O tema da festa foi “shorts” então as meninas estavam de short curto e camiseta e tava tudo bem. Reparei na relação entre os meninos e meninas e é totalmente igual a nossa, abraçam, beijam, batem (na brincadeira!), sentam no colo (de roupa, ta?), não dá nada. A maioria é de família tradicional pero no mucho e tem grana, estão em faculdade particular. Por fim conheci a Parinita, minha TN Manager. Graças a ela estou aqui, ela encaminhou meu currículo pra Child Rights Trust e deu força pra me aprovarem. Uma fofinha, queridézima.
A coisa foi que foi que várias criaturas deram PT. No nosso bangalô estávamos em 12, os gringos na sala e os indianos no quarto. Pelo menos 3 indianos do quarto vomitaram terrivelmente no banheiro, no colchão deles, na pia e ao redor da privada, não dentro dela. Caótico. Um deles, bebaço, caiu na escada e quase quebrou uma costela, ficou com dor o fim de semana inteiro. Um cidadão eu vi dormindo em cima do próprio vômito, muito bonito. E nós de cara. Silêncio pra dormir mesmo, só 6 da matina. No dia seguinte as sessões, atividades, palestras e tudo mais continuaram, mas nós na condição de trainees não somos obrigados a assistir, então ficamos na piscina. O que aconteceu é que no Sábado de manhã resolveu desembarcar uma caravana das Arábias, vários casais e crianças muçulmanos. Mulherada de roupa e TUDO na piscina, os tios sem camisa. Como as gringas vão entrar na água? De roupa, claro. Eu até fui ousada, entrei de biquíni por baixo e uma bata branca por cima. A Mareike entrou de maiô, bem que fez. Então eu fiquei reparando na hipocrisia disso tudo: as mulheres ensopadas em panos e lenços na piscina e os maridos delas olhando pra gente! Que legal, né? Deixa a tua mulher entrar na piscina com roupa de banho e fica secando ela, não eu! Fiquei só fazendo meu famoso estudo antropológico, tudo bem. Por isso que na minha opinião as religiões podem ser interessantes ao refletir culturas e etc, mas também são a grande insanidade e disfarce dos podres dos Homens, e tenho dito.
Depois de comer, dormir e lagartear no sol, participamos de algumas sessões só no entra e sai, sem compromisso. Eu tinha feito um Power point sobre o Brasil, um pouco de história (até demais) e aspectos culturais do Brazilian Way of Life, que apresentei com o Caetano e a Mari, todo mundo adorou. Coloquei nossos animais, lugares turísticos, nossas refeições com muuuuuita carne, festivais e casamentos. Também coloquei nosso ilustríssimo, o Lula. Quando apareceu o slide todo mundo gritou e aplaudiu hahahaha eu, Caetano e Mari só se olhando. O mais freak nisso tudo é que eu tinha feito um slide só para falar do Carnaval, coloquei uma foto da Luisa Brunet, que é nossa madrinha mais comportada. Na hora da apresentação, cadê o slide? APAGARAM!! O Caetano acha que não mas po, eu fiz a apresentação e de repente o slide não existe mais?? Anyway, depois nos dividimos em grupo e respondemos a perguntas. Olha o que me perguntaram: “conta alguma festa muito louca que você fez no Brasil” lembrei da festa do barco e resolvi ficar quieta. Perguntaram também da Libertadores, das loucuras que eu fiz no carnaval... ai, que loucura! Acabando, fomos nos preparar para a próxima festchénha cujo tema era Beach Party. A drinking joke foi muito pior, não vou descrever, vide foto. Apesar disso, a festa foi muito mais light que a primeira, mas ainda sim com direito a vômito ao redor da privada. O chair do Congresso, Ankeet, saia com garrafa de rum indiano Old Monk abrindo a boca de todo mundo e colocando pra dentro, não podia acabar bem.
No dia seguinte, mais piscina, sono e comida. Na cerimônia de encerramento, acendemos velas e todo mundo cantou, foi bem bonito. Aproveitei a oportunidade dos final speechs pra agradecer a Parinita e ao Ankit, nosso amigo e responsável pelos trainees, sempre cuidando de tudo e todos. Indo embora no ônibus ele veio me falar que foi a primeira vez que alguém mostrou apreciação por ele em público dentro da AIESEC, porque a AIESEC Bangalore caga pra ele e geralmente na Índia as AIESECs cagam pro trainee. Índia e China são os lideres em intercâmbios então o que eles prezam é por quantidade e não qualidade. Querem bater meta, existe uma rivalidade muito grande entre as AIESECs dentro da Índia que reflete dentro do próprio comitê. Me pareceu que as áreas aqui são super rivais, ficam gritando o tempo todo uma com a outra, na nossa AIESEC Rio não é assim, todo mundo é parte de um time só e se ajuda. Percebi essa segregação também durante as festas, aí de quê adianta? O Ankit me contou que ninguém dá valor à função dele mesmo, ele estava na festa e chegou pra falar com um pessoal e falaram pra ele “teus trainees não tão aqui, vai lá ficar com eles, vai vai...”. Ele ficou tão chateado que foi ficar sozinho um tempão. Já tá bem decepcionado com a AIESEC e reconsiderando recrutar um monte de gente pra fazer o trabalho com ele e não se incomodar mais. Ele é responsável atualmente por 23 gringos, cada um com uma carga diferente de problemas e solicitações. Eu provavelmente sou a mais chata e se realmente for o caso, ele disfarça bem.
5 comentários:
tem um cara na primeira foto que tá demais: uma camisa vermelha do super homem com uma bermuda grande, bem do jeito que eu gosto. Em mim. E nele também.
kkk
pegava fácil.
Hahahahaha!!! Eu não tinha enxergado o "Super-Homem"! Hehehe... o pessoal aí tá descobrindo a bebida então?! Que bafão! Digo, porquice. Imagina vomitar o banheiro todo! Achei que o indianos fossem mais comportados.
Agora, uma dúvida: as pessoas conhecem o Lula?? Por que gritaram empolgados? Não conhecem o Brasil, mas conhecem o Lula, e ele é bem quisto aí? O mundo tá perdido MEISHMO!
Enzinho, vem pra cá que eu faço um esquema pra vocês hehehe...
Dé, gritaram pro Lula pra fazer grau mesmo, ninguém conhecia ele não...
HALÍVYO!
À espera de um novo post... :D
Postar um comentário