


Isso foi engraçado. Gente, vou abrir um parênteses aqui entre meu último post e a promessa do próximo pra contar minha iniciação nos mistérios do Oriente e derivados. Como é de se imaginar, não vim pra Índia só pra trabalhar, mas pra viver aqui, VIVER AQUI. E isso inclui todo tipo de experiência regional, para as quais eu estou totalmente disponível. No bairro onde eu moro, Koramangala, tem uma filial de uma super rede de terapia através da Ayurveda. Pra quem não conhece, um pouquinho de Wikipedia:
“Ayurveda é o nome dado ao conhecimento médico desenvolvido na Índia há cerca de 7 mil anos, o que faz dela um dos mais antigos sistemas medicinais da humanidade. Ayurveda significa, em sânscrito, Ciência (veda) da vida (ayur). Continua a ser a medicina oficial na Índia e tem-se difundido por todo o mundo como uma técnica eficaz de medicina tradicional. Ayurveda baseia-se no sistema filosófico samkhya: os cinco elementos que formam toda a manifestação material do universo. São eles: éter, ar, fogo, água e terra. Toda a matéria que existe no universo provém destes 5 elementos, inclusive o corpo humano. De acordo com o Ayurveda, quando algum dos 5 elementos está em desequilíbrio no corpo do indivíduo, inicia-se o processo da doença.”
A AyurCare tem pinta de spa mas na verdade é uma clínica médica, pois Ayurveda é medicina. Fui convencida com muita facilidade a adquirir o programa AyurCare package por Rs 9.000 (R$ 360,00) que me dá direito a 3 ou 4 tratamentos, dependendo do que eu escolher. Nessa primeira vez fiz o Sensory Bliss, o package mais completo, 2 horas e meia de tratamento que inclui massagem dos pés a cabeça e ativação dos sentidos através de calor, frio, aromas e afins. Fui bem “a loca” sem saber o que era, o que vinha, o que tinha.
Chegando lá fui levada a uma das sala de tratamento, bem aconchegante com uma musiquinha sensacional ditada em sanscrito, uma espécie de oração cantada. Três mulheres me atenderam e fizeram o tratamento durante todo o tempo. Foram arrancando minha roupa e tive que colocar uma tanguinha medonha, lembrei da minha cirurgia da vesícula, ai meu Deus. Quase que eu dou um treco e mando “paaaaaaara que eu quero descer!!” mas resolvi encarar. O tratamento começou pela cabeça. Com especiarias e algo mais, a terapeuta fez uma oração e começou a esfregar meu coro cabeludo e fazer movimentos bem fortes. Tomei várias porradas na cabeça, não tava entendendo nada. Depois de fazer do meu cabelo um nó só, deitei na maca. A maca da Ayurveda é de um material bem liso e escorregadio, com bordas grossas e mais alta no centro, de maneira que os líquidos escorrem para as bordas e pingam por extremidades abertas na cabeça e nos pés. Não existe colchão nem nada embaixo. Aí começou a bagunça, me lavaram de oleo de lavanda, que eu tinha previamente escolhido e começaram a massagem, bem vigorosa também. Me senti um frango ao alho e oleo sendo amaciado pra rechear, aí resolvi abstrair e curtir, senão ía virar tragédia. A massagem deve balancear os chacras do corpo. As terapeutas faziam movimentos sincronizados, sempre empurrando pras extremidades. Na hora não foi relaxante, era forte e até doía em alguns pontos, mas acho que é isso mesmo que tem que ser pra funcionar. Foi mais ou menos uns 40 minutos só de massagem, no pescoço, nos pés e na coluna foram particularmente sensacionais. Então veio a massagem facial… caceta, foi um óleo só na minha cara, pensei “bom, não dá nada, amanhã saem todas as espinhas de 2010”. Até agora não saíram e foi bem relaxante. Em seguida, mais óleo. Com uma jarra dourada de cobre (a Ayurveda recomenda só consumir líquidos e alimentos preparados e servidos em utensílios de cobre) por uns 30 minutos derrubaram oleo morno na minha testa de um lado a outro bem devagar… ía escorrendo pra uma toalha e embebendo meu cabelo… “ai, minha raiz oleosa”. Enquanto isso, senti um cheiro delicioso que não identifiquei, alguma substância queimando liberava aquilo, muito muito bom. Depois disso gomaram meu corpo todo em uma lama preta gelaaaada que depois serviu pra esfoliação, e me lavaram deitada ali na maca mesmo, com um chá de cor vermelha forte. Por fim, queimaram uma planta e me fizeram cheirar a fumaça e expelir pela boca, fiquei doidona. Depois disso, me mandaram pro banho. No banheiro, um tonel enorme de cobre com a mesma água de chá vermelha e uma jarra menor pra ajudar. Banho tomado, me sentaram novamente pra perfumar o cabelo com essências, plantas secas e carvão perfumado. Passaram a fumaça por toda minha cabeça e estava liberada. Lembro de ter visto isso em filmes, rainhas e afins se perfumavam dessa maneira. Na saída, uma bebida ácida pra finalizar. Chegando em casa, morri na cama não era nem 21h, fantástico. Próxima semana farei outro tratamento e conto pra vocês.
As fotos obviamente não são minhas mas foi exatamente isso que aconteceu, adorei.
Um comentário:
Ah, tb querooo!!! Ía adorar!
Renderia umas risadas, mas o relaxamento é o me-lhor!
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